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UNAS recebe TransformAção com pintura da Biblioteca e oficinas culturais

  • Escrito por Marcela Muniz | Editor André Silva
  • 22 de ago.
  • 4 min de leitura

Grafite, oficinas e sarau aproximam moradores e voluntários em um dia de criatividade e aprendizado


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Nesta quinta-feira (21), em parceria com a ONG Atados e com o apoio do Instituto GM, a UNAS recebeu o evento TransformAção. Reunindo diversos voluntários, crianças e adolescentes, a ação teve o objetivo de fortalecer vínculos dentro da comunidade, além de potencializar o território através da cultura e da arte.


A ação foi construída a partir de uma parceria pré-estabelecida entre a UNAS e o Atados, uma organização que conecta voluntários com instituições, com a missão de impulsionar transformações significativas em comunidades.


Partindo dessa perspectiva, a Biblioteca Comunitária foi escolhida para ser reformada de acordo com a sua necessidade, de forma a impactar a população de Heliópolis, além dos atendidos pelo equipamento. Sendo assim, o ponto de partida para a iniciativa foi a reforma da fachada da Biblioteca Comunitária de Heliópolis. Durante as últimas duas semanas, o projeto passou por uma transformação, tendo a entrada pintada por um coletivo de artistas convidados para produzir um grafite que representasse o trabalho realizado pela Biblioteca.


Bárbara Bethania, 33 anos, é coordenadora do departamento de Projetos e Captação da UNAS e esteve envolvida em toda a organização da iniciativa desde o contato da instituição parceira. “A necessidade da reforma da fachada da biblioteca era um desafio que já estávamos enfrentando, por isso pensamos nela para receber essa transformação”, compartilha a gestora. Para Bárbara, a importância da pintura da fachada tem relação com o conceito de “Biblioteca Viva” que reflete a atuação do projeto, ao “trazer vida” através da arte: “para nós é muito significativo poder pintar a fachada com o grafite que representa também a cultura da favela.”


Diversos artistas foram convidados para a elaboração da arte que seria exposta na parte frontal da Biblioteca, a fim de que fosse construída a “cinco mãos”. “Prezamos por não trazer apenas um artista, mas sim um coletivo de grafiteiros, para que cada um trouxesse a sua identidade, tornando o processo mais colaborativo", relata Bárbara.


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Rui Amaral, 64 anos, é um dos pioneiros do movimento do grafite no Brasil e integrou a equipe para a reforma da fachada da Biblioteca. Grafiteiro há cerca de meia década, Rui refletiu sobre a representatividade presente na transformação: “Pintar uma biblioteca comunitária é um símbolo, uma mensagem muito forte. Ainda mais dentro de uma favela com 200 mil habitantes. É fantástico, como se fosse uma sementinha que você planta”. Ele refletiu ainda sobre o processo de elaboração, fundamentado no papel da arte como ferramenta de transformação do cotidiano: “Pensamos em incluir livros na pintura da fachada, sempre trazendo muita cor, para alegrar o dia de quem sempre passa por aqui [na Rua da Mina], seja saindo cedo para trabalhar ou voltando à noite… É assim que podemos trazer alegria para a vida das pessoas. Eu acredito que essa seja a função da arte. Estamos exatamente onde deveríamos estar: numa quebrada, onde a maioria das pessoas precisa ter esse contato com a arte.”


Além de possibilitar a pintura da fachada, a ação envolveu a realização de oficinas e apresentações relacionadas à cultura periférica. Dessa forma, os atendidos pelos CCAs (Centros para Crianças e Adolescentes) gerenciados pela UNAS estiveram presentes no evento, participando de oficinas de rádio e de lambe, com os voluntários do Instituto GM. Também houve espaço para o envolvimento de bebês e crianças do CEI (Centro de Educação Infantil) Mina, que visitaram a Biblioteca Comunitária para uma contação de histórias pela equipe do projeto. Ainda na Biblioteca, o grupo de trabalhadores da GM envolvidos na ação também passaram por uma oficina de hortas, vivenciando a implementação de uma horta vertical com cultivo de ervas no interior do equipamento. 


Ricardo Rodrigues, 45 anos, foi um dos voluntários inscritos para a ação e compartilhou sua experiência: "Receber as crianças foi um momento ímpar, especialmente por poder conviver com elas na contação de histórias. Também foi muito interessante conhecer a possibilidade de ter uma horta vertical em um espaço fechado, diferente do que estamos acostumados a ver”. Além disso, ele destacou a importância da realização de ações de voluntariado com impacto na comunidade: “Todos deveriam, em algum momento, doar um pouco do seu tempo para participar desse tipo de ação, pois é assim que conseguimos estar presentes, de alguma forma, na vida das pessoas e, com sorte, fazer a diferença nelas." 


A programação do evento contou também com um sarau de poesia, reunindo as crianças e os adolescentes em um encontro cultural dedicado à expressão artística, criando um ambiente de escuta, reflexão e troca de experiências. A realização de um sarau em um ambiente periférico intensificou o acesso à arte de uma forma democrática, estabelecendo um vínculo entre a literatura, a cultura e a comunidade.



Com a participação dos MCs Marcello Gugu, Moita Treta, Kauã, Luli e Gah MC, o evento foi finalizado com a apresentação de uma batalha de rimas improvisadas a partir de palavras sugeridas pelo público presente.


Murilo Tafarel, 35 anos, é gerente de projetos no Atados e destacou dois momentos marcantes na experiência comunitária e cultural: “O primeiro foi o grafite na fachada da Biblioteca, que já era um sonho antigo da comunidade e da equipe do projeto. Ver aquilo pronto foi incrível, magnífico. O segundo foi a batalha de rima realizada hoje. Quando me falaram, durante a articulação da iniciativa, que as crianças daqui gostavam desse tipo de atividade, eu imaginei que fosse algo mais moderado. Mas, na prática, foi uma explosão de energia, de arte e de vontade de se expressar”. Murilo esteve no acompanhamento do evento, desde o planejamento até a sua realização: “Foi muito gratificante presenciar tudo isso acontecendo."


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A ação foi elaborada considerando a missão e os princípios que definem a atuação da UNAS no território. A pintura da fachada da Biblioteca, desenvolvida em conjunto com os grafiteiros, reflete o compromisso da organização com o desenvolvimento integral do território. Além disso, a iniciativa de realização das oficinas se conecta ao conceito de Bairro Educador, fortalecendo a educação como centro da missão de seu trabalho.


“Houve muita autonomia no processo, tendo espaço para participação na criação dos desenhos, na organização das oficinas e de todas as atividades da ação, mostrando como cada um tem um papel fundamental no processo.” destacou Bárbara. “Dessa forma, foi possível colocar em prática o que acreditamos enquanto organização, principalmente através da construção coletiva com responsabilidade e parceria.”


Os grafiteiros Rui Amaral, Leonardo Nado, China, Jota B e Sylvio Ayala foram convidados para a pintura da entrada da Biblioteca | Foto: Marcela Muniz
Os grafiteiros Rui Amaral, Leonardo Nado, China, Jota B e Sylvio Ayala foram convidados para a pintura da entrada da Biblioteca | Foto: Marcela Muniz


 
 
 

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