HELIÓPOLIS - MAIOR FAVELA DE SÃO PAULO
A área de Heliópolis foi adquirida em 1942 pelo Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários – IAPI, do Conde Sílvio Álvares Penteado e outros. Em 1966, com a unificação dos diversos Institutos do INPS – Instituto Nacional de Previdência Social, a terra passou para o IAPAS – Instituto de Administração Financeira da Previdência e Assistência Social. Em 1969 o IAPAS construiu o Hospital Heliópolis e o Posto de Assistência Médica – PAM. Outra parte do terreno original foi desapropriada pelo estado para uso da SABESP e outra parte foi negociada com a Petrobras. É nessa paisagem que, entre 1971 e1972, a Prefeitura de São Paulo retira 153 famílias de áreas ocupadas na favela da Vila Prudente e Vergueiro, com a intenção de fazer vias públicas e as acomoda em alojamentos “provisórios” no terreno do IAPAS, alojamentos estes que se tornaram permanentes. Outras famílias migrantes de diversas regiões do país, bem como os trabalhadores da obra do Hospital Heliópolis e do PAM foram construindo seus barracos. A partir daí a história é marcada por diversas ocorrências envolvendo a disputa de grileiros que pretendiam impedir as ocupações e assim comercializar a terra que não lhes pertencia e de lutas contra a polícia, mas também pela mobilização dos moradores e pelo surgimento de lideranças em defesa da posse da terra e de infraestrutura.
Mutirão para construção de moradias na Rua União
Assembleia de Moradores no Núcleo Piloto em novembro de 1991
Mutirão para construção de moradias no Núcleo Portuguesa em 1987
Reunião no Centro Comunitário na Rua Da Mina em abril de 1992
Heliópolis possui aproximadamente 1 milhão de metros quadrados e se localiza na região sudeste da cidade de São Paulo, a 8 km do centro. Em sua área, hoje vivem cerca de 200 mil habitantes, o que faz de Heliópolis a maior favela de São Paulo. Os barracos deram origem as construções de alvenaria. A realidade do território mudou muito ao longo dos anos, mas o crescimento populacional também trouxe diversos novos problemas locais. A vulnerabilidade social ainda atinge muitas famílias, que em sua maioria é composta por mães solo, sendo a mãe a única provedora.
memórias de HELIÓPOLIs
A memória é a base do conhecimento. Por meio dela podemos aprender como existir. Ela é a seleção de saberes, experiências, sensações, emoções e sentimentos que as pessoas escolhem guardar. É aquilo que define a identidade dos indivíduos e dos grupos sociais.
A valorização das histórias de vida das pessoas, contadas por elas mesmas, resume os princípios do fazer histórico que defendemos. Acreditamos que todo sujeito tem história e que toda história tem valor. E, por ter valor, toda história merece ser preservada para futuras gerações.