Os médicos de Heliópolis | Conheça a história de Tom e Bebeka
Bebeka e Tom são dois jovens moradores de Heliópolis que se formaram em medicina em Cuba
por meio do Programa Mais Médicos do Governo Federal.
“Meu sonho era uma bicicleta, que eu não podia ter. E via os moleques da minha idade, 11 anos, desfilando de mobilete pela favela! Eram aviõezinhos do tráfico. Eles diziam que o trabalho era fácil: Vem, Bebeka, é só buscar aqui e entregar ali. Eu quase fui. Na época, minha mãe lutava para alimentar a gente, ela comprava roupa igual pra todo mundo, só variava a numeração. E a molecada lá, de mobilete, graças ao tráfico. Eu quase fui.” – diz Luis Alberto da Silva Reis, o Bebeka.
Bebeka não foi por dois motivos: a dedicação da mãe, que fazia de tudo para manter os filhos longe do mau caminho, e o fato de que desde os 9 anos de idade participava dos programas sociais mantidos pela UNAS, organização que trabalha com a promoção da cidadania por meio de ações em áreas como educação, saúde, cultura e esporte.
Aos 16 anos, Bebeka já era educador social aprendiz. Parecia ter encontrado, ali, a sua vocação, ajudava a preparar aulas de meio ambiente, cidadania, sexualidade, temas do dia a dia em geral. Ao mesmo tempo, amava o esporte, futebol, vôlei, basquete, queimada. Quando a UNAS fez parceria com Marta Sobral, cestinha da seleção brasileira de basquete, Bebeka virou monitor do programa “Lance livre”. Dedicou-se tanto que Marta decidiu financiar a faculdade de Educação Física para Bebeka.
Os jovens Andrus, Tom, Ninive e Bebeka no ano de 2008 em Heliópolis
Contudo, em 2007, surgiu a oportunidade de estudar Medicina em Cuba. O governo cubano, que mantém parceria com organizações sociais de vários países da América Latina, oferece bolsas de estudo para jovens carentes, na expectativa de que eles se formem e voltem para ajudar suas comunidades. Havia três bolsas de estudo para jovens de Heliópolis. Bebeka conquistou um delas. (Reportagem de Jose Rezende Jr / Fonte: Portal do Brasil).
Hoje o garoto Bebeka é chamado de Doutor pelos moradores de Cocal cidadezinha da zona rural do Piauí, graças ao Programa Mais Médicos, criado em 2014 pelo Governo Federal por meio da Presidenta Dilma Rousseff e o Ministro da Saúde Alexandre Padilha, hoje ele pode atender uma população que antes não tinham médicos a disposição.
Dr. Luis Alberto (Bebeka) com a equipe de Saúde da Cidade de Cocal - Piaui
A outra vaga conquistada foi do jovem Wellington conhecido por Tom, que atualmente atende moradores do município de Bernardino de Campos, também pelo programa do Governo Federal. Tom inclusive já foi aprovado no revalida, exame nacional que reconhece diplomas estrangeiros de medicina e possibilita o jovem médico a atender em qualquer hospital do País. Tom é morador de Heliópolis, e em sua trajetória de transformação social teve projetos sociais importantes como: Se Liga Galera, Agente Jovem, Geração Vida, Bairro Legal, Multiplicando Saúde e Iluminar, todos desenvolvidos pela UNAS no território e que contaram com sua participação.
Esses jovens, hoje, fazem a diferença na vida de milhares de pessoas pelo Brasil e nós mostram a importância que os projetos sociais têm para o empoderamento humano e sua contribuição para o desenvolvimento de sua comunidade.
Formatura dos jovens médicos de Heliópolis em Cuba