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  • UNAS Heliópolis

Campanha da UNAS, promove ações para falar sobre o abuso e a exploração sexual infantil

A UNAS já há algum tempo vem discutindo junto com diversos projetos, pesquisadores e entidades da sociedade civil o enfrentamento à Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes na Favela de Heliópolis e região através de um Grupo de trabalho. Grupo este que ao decorrer das conversas tem se disponibilizado a criar ações efetivas para que os dados para estes casos venham a diminuir cotidianamente.


O número de denúncias para casos de violência infantil tem sido alarmantes, segundo dados do Disque 100, em 2021, foram registradas 118.710 violações de direitos de crianças de 0 a 6 anos no Brasil. Em 2022, apenas no primeiro semestre, foram registradas 122.823 violações contra crianças para esta mesma faixa etária — uma média diária de 139 denúncias de violação e de 673 registros de violações tendo crianças na primeira infância como vítimas. Os dados falam por si só, então a UNAS, por meio de seus projetos sociais e um GT de Violência, tem criado mecanismos para criar um sentido de proteção e prevenção para com essa faixa etária, ações que reverberam na campanha "Quando Ninguém Fala, o Abuso Continua".

A campanha que se iniciou neste mês de maio tem como norte ações que combatam o crescente aumento de denúncias de violência sexual e violência intrafamiliar entre crianças e adolescentes das favelas atendidas em nossos projetos. Dentre elas muitas práticas de conhecimento corporal, atenção com o ciclo de convivência familiar e o mais importante um sentido de fala, caso essas crianças e adolescentes não informem os abusos, eles rotineiramente tendem a continuar acontecendo. Mariana De Oliveira Gomes, Psicóloga do VANEN disse que “Quando as crianças e adolescentes têm acesso à informação elas podem identificar se já sofreram, se sofrem ou mesmo prevenir as violências dentro de casa, o intuito da campanha é mostrar para todas elas que elas podem sim identificar os abusos diários, depois disso ela têm prioridade de fala para a própria denúncia”. Na maioria dos casos, os agressores eram conhecidos das crianças. Em 2021, 58,7% das violações foram realizadas pela mãe, 17% pelo pai, 5,5% pelo padrasto/madrasta e 3,6% por avós/avôs. No primeiro semestre de 2022, o índice registrado foi de 57% para mães, 18% para os pais, 5% padrasto/madrasta e 4% avós/avôs. Mariana Maria, Conselheira tutelar do Ipiranga nos contou que “Temos que olhar para esses dados com mais calma, normalmente os dados mostram que as mães são as agressoras por conta de uma sociedade que as coloca neste ponto, ninguém vê que elas têm que trabalhar e cuidar dos filhos sozinhas, que às vezes sofrem violência dentro de casa também, isso não é uma justificativa, mas só revela que as mães que aparecem nos dados também são vítimas de um ciclo violento”.

As ações vem acontecendo diariamente dentro dos projetos da UNAS, mas esta semana de combate ao abuso e à exploração sexual infantil no Brasil queremos destacar algumas ações, como o trabalho feito pelo SPVV – Serviços de Proteção a Crianças e Adolescentes Vítimas de Violência e Abuso Sexual – Curumins do Brasil, que realizou um trabalho com as crianças e adolescentes a fim de conscientiza-las sobre seu próprio corpo com jogos lúdicos, e uma fala bastante importante e pontual com os pais dos atendidos nos serviço, querendo quebrar diversos Tabus impostos na sociedade reverberando numa rede de apoio.

Em Heliópolis, os CCAs - Centros para Criança e Adolescentes da UNAS saíram pelas ruas da comunidade colando lambes, conversando com a comunidade e entregando bottons para a conscientização de todos acerca do tema. A caminhada foi bastante animada e com diversos cartazes que explicam toda a problemática da exploração infantil no geral.


Já o Projeto Violência Aqui Não Entra Não, está fazendo blitz na Favela do Boqueirão, Jd São Savério, Pq Bristol e região, mapeando em todo o território os espaços seguros para as crianças e adolescentes assim como quem são os agentes comunitários que moram no entorno para que todos fiquem seguros e possam se reportar a alguém caso algum caso de violência venha a acontecer, Jady de Souza Rodrigues, é uma das técnicas do VANEN e revelou que “tentamos mapear dentro das comunidades espaços seguros para as crianças, mas no fim só descobrimos espaços inseguros, infelizmente isso é uma construção que precisamos repensar e resolver. O intuito da Blitz é levar isso para os moradores para que juntos possamos transformar esses espaços em seguros, lugares onde as crianças possam ter um lazer, onde elas possam ir e vir sem preocupação. A ação é importante por ser um ato político, através disso as pessoas vão ouvi-las, por isso é importante”, em paralelo as técnicas do projeto tem feito um trabalho muito intenso com os atendidos dos CCAs da região para conscientizá-los da importância da fala, mais uma vez com o tema da campanha "Quando Ninguém fala o Abuso Continua".

As ações acerca do tema do campanha não são pontuais, é um trabalho feito diariamente com as crianças e adolescentes de nossos projetos, conscientizá-las sobre a importância de suas falas e norteá-las sobre seus corpos é necessário e não vamos parar, queremos que nossos atendidos possam ser donos de si, que tenham autonomia e lugar de fala, que sozinhos possam identificar lugares e pessoas que façam bem para elas e claro também o contrário para que cada vez menos os casos de violência para com elas diminuam cada vez mais.


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