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Arraiá em Heliópolis celebra a cultura e as raízes nordestinas de seus moradores

  • Escrito por Marcela Muniz | Editor Douglas Cavalcante
  • há 2 dias
  • 3 min de leitura

Atualizado: há 2 dias

Festa na rua reúne centenas de moradores para celebrar a cultura nordestina e o empreendedorismo local


A tradicional Rua da Mina, local que recebe as mais diversas atrações ao longo do ano, dessa vez foi palco para a festa de celebração da cultura nordestina pelos moradores de Heliópolis. Com muito forró e comida típica, nos dias 1 e 2 de agosto, centenas de pessoas estiveram presentes no Arraiá da UNAS, desfrutando de um ambiente periférico de lazer, cultura e convivência.


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Realizado anualmente, o Arraiá da UNAS recebe famílias e artistas locais, a fim de oportunizar um espaço de troca e prestígio à pluralidade da cultura de Heliópolis, favela paulistana que possui sua história fortemente ligada à migração nordestina. No final da década de 70, diversas famílias — principalmente do Nordeste brasileiro — se estabeleceram no território onde hoje está a maior favela de São Paulo, em busca de melhores condições de vida e oportunidades de trabalho na época.


Antonia Cleide Alves, 62 anos, faz parte das primeiras famílias que chegaram em Heliópolis há 54 anos. Ela lembra como foi quando precisou sair de sua cidade natal em busca de qualidade de vida: “Eu sou cearense, cheguei aqui no final da década de 70 com a minha família, eu tinha oito anos de idade. Assim como a minha, vieram várias famílias do Nordeste para São Paulo. Naquela época, a gente estava passando por uma seca muito grande, então a gente tinha duas opções: ‘morrer’ de fome lá ou migrar para outros locais. Nós escolhemos vir para cá para sobreviver.”


Desde a chegada das primeiras famílias, o território se expandiu e passou a se desenvolver, a partir das pessoas que ocupam esse espaço até os dias de hoje. Para Cleide, presidenta da UNAS, a presença de famílias nordestinas em Heliópolis influenciou diversos fatores, inclusive na cultura local, como o forró, que está fortemente presente no cotidiano dos moradores.


Cleide também reflete sobre a importância da realização de uma festa que celebre a cultura nordestina, principalmente pela origem das pessoas envolvidas na formação da comunidade: “O Arraiá é um resgate dessa cultura. Faz a gente se sentir em casa, cada vez mais.”



No entanto, para garantir o sucesso do evento e o espaço de lazer para os moradores, houve um esforço coletivo nos bastidores. Reginaldo José Gonçalves, 48 anos, foi um dos organizadores da festa e compartilhou a experiência desafiadora de realizar o evento: “Para organizar o Arraiá deste ano foi trabalhoso porque muitas coisas que planejamos não deram certo.” Reginaldo relata que havia uma articulação acontecendo, com a expectativa de apoio para a estrutura do evento, mas, por questões burocráticas, não aconteceu. “Mesmo sem patrocínio, teve muita gente que se envolveu de forma voluntária, com força de vontade, animação e união, para podermos fazer esse evento, ainda que fosse da nossa maneira.”


Carol Costa, Igor Souza e o pequeno Gabriel curtindo o Arraiá em famílias | Foto: Marcela Muniz
Carol Costa, Igor Souza e o pequeno Gabriel curtindo o Arraiá em famílias | Foto: Marcela Muniz

“Apesar das dificuldades, ver o pessoal aqui celebrando mostra que valeu a pena todo o esforço”, destaca ele, Reginaldo.


Carol Costa, 40 anos, moradora de Heliópolis, esteve no Arraiá pela primeira vez e compartilhou conosco sua experiência na festa com a família: “É a primeira vez que venho ao Arraiá da UNAS e estamos adorando! A comida está uma delícia e o pessoal foi muito receptivo e animado conosco, muito legal.” Igor Souza, seu companheiro, conta que participou da festa nos últimos anos e, desta vez, trouxe os filhos e a esposa para curtir também.


As famílias presentes puderam desfrutar do clima nordestino na festa, a partir da sua estrutura composta por diversas barracas de comidas típicas e música ao vivo. Além de prestigiar a cultura do Nordeste, o Arraiá da UNAS também estabeleceu um espaço de exposição de empreendimentos locais, com o objetivo de fortalecer a geração de renda de diversos empreendedores locais.


Tatiana Dias, 44 anos, faz parte do grupo de chocolateiras de Heliópolis e foi uma das empreendedoras presentes no Arraiá, vendendo doces artesanais.


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“Empreender não é fácil, por isso esse é um espaço muito importante. A gente passa a ficar mais conhecida. É uma grande oportunidade de visibilidade para o negócio que a UNAS nos dá. É muito bacana o trabalho que fazem aqui a cada ano.” Pelo quarto ano consecutivo, a dona da Confeitaria Taty Doces participou da festa. Ela iniciou seu empreendimento a partir da necessidade de obter uma fonte de renda durante a pandemia da COVID-19.


Essa importante festa da cultura popular nordestina só reforça o compromisso da UNAS com o desenvolvimento integral de Heliópolis por meio de ações como cultura, empreendedorismo e fortalecimento comunitário.

 
 
 

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