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  • UNAS Heliópolis

Caminhada no Jd. São Savério denuncia a fome e a alta no preço dos alimentos

Os dados confirmam o que a população periférica vem sofrendo nos últimos anos de uma maneira cruel e que por muitas vezes, a denúncia dessa situação foi abafada e até mesmo silenciada: 33,1 milhões de brasileiros estão passando fome.

A crise instaurada no país nos últimos anos está muito distante de momentos onde o Brasil foi uma verdadeira referência do combate à fome. Hoje infelizmente a nação amarga índices cada vez maiores e alarmantes de insegurança alimentar em todas as regiões do território nacional, potencializado pelos graves danos da pandemia da Covid 19, somados a escassez de renda e de oportunidades negadas a uma classe que já não encontra possibilidades para sair desse cenário de fome onde o saldo é a falta da comida no prato.


Moradores. lideranças comunitárias, integrantes dos movimentos populares da região do Jardim São Saverio juntamente com moradores de Heliópolis que se deslocaram para o território, uniram-se no sábado dia 30 de julho para caminhada contra a fome, o alto índice de desemprego e luta pela democracia. Um ato que teve como maior objetivo, denunciar e trazer informações, dados da fome e de suas consequências, denunciando o grave momento que vive nosso país onde milhões de brasileiros estão sem comida no prato e sem emprego, em meio à uma alta absurda nos preços dos alimentos e de itens básicos.

A concentração do ato aconteceu em frente à Escola Estadual Doutor Álvaro de Souza Lima, localizada no Jardim São Saverio onde centenas de pessoas com cartazes e faixas, realizaram uma caminhada pacifica percorrendo grande parte daquele território. A população organizada deu início ao percurso por volta das 10 horas da manhã. Com Intervenções da população e dos organizadores do ato com microfone aberto, cobraram ações e políticas públicas do Governo Federal para garantir melhores condições de vida aos moradores das regiões periféricas de todo o Brasil que estão sem comida e renda.


A fome tem um impacto mais expressivo em dados quando o recorte é realizado considerando cor/raça de pessoas pretas e pardas, chegando a 70% segundo a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede PENSSAN). Para Patrícia Aparecida Candido coordenadora do Movimento Negro de Heliópolis e Região, o aumento nos preços dos alimentos e principalmente dos itens básicos, é algo cada vez mais difícil para as famílias que vêm enfrentando essa crise. “O aumento no custo dos alimentos e remédios, supera o salarial da maioria dos brasileiros, que possuem um emprego formal. O que não é o caso da maioria das famílias que atendemos aqui, pois elas, em relatos diários, nos contam quanto estão sendo impactadas diretamente com todos estes aumentos absurdos, além da falta de desemprego e renda. Suprir às necessidades básicas está cada vez mais difícil e muitos estão se virando por meio do trabalho informal.”


A participação dos Movimentos de Base da UNAS pautou as diversas faces da fome e como ela é enfrentada em cada grupo da sociedade que sofre com a insegurança alimentar. Fé e Política, Juventude, Mulheres, Negro, Grito da Diversidade e Sem Teto, que compõem os movimentos organizados da UNAS, utilizaram da fala para traduzir e destacar os impactos durante todo o percurso da caminhada. Para Nicolau Beltrão, coordenador do Movimento Fala Jovem, ressalta a importância da ação para a região e quais ações a população e a juventude precisa tomar frente à atual situação do país. “Participar da caminhada aqui na região onde atuamos, foi um momento emocionante e histórico para o nosso território pois sabemos o quanto, principalmente dentro das periferias, como as pessoas vem sofrendo com a fome, com a miséria, com a falta de acesso aos empregos, migrando para os mercados informais. Estar nesse momento tem uma representatividade muito grande pra mim como pessoa, mas para firmar nosso compromisso de que dias melhores virão e a gente sabe que isso só vai acontecer com o povo na rua, lutando pela busca dos nossos direitos.” #QuemTemFomeTemPressa

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