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  • UNAS Heliópolis

Após anos de reivindicações, Favela de Heliópolis irá ganhar um parque

Um sonho que durante os últimos 20 anos foi idealizado por associações e organizações locais para atender as necessidades da população, finalmente vai sair do papel, o primeiro Parque dentro de Heliópolis.

A trajetória de lutas e resistências dos moradores da maior favela de São Paulo é notória e por esse motivo é importante revisitar e resgatar a história desses 50 anos de Heliópolis sempre que for possível para que possamos valorizar as conquistas alcançadas pela organização e mobilização popular. Um sonho que durante os últimos 20 anos foi idealizado por associações e organizações pela real necessidade da população, finalmente foi apresentado para comunidade, o primeiro Parque aqui dentro da Favela.


Heliópolis é uma verdadeira referência de organização por sua constante busca por melhorias através de políticas públicas protagonizadas por seus moradores, lideranças locais e organizações sociais. O direito a terra e a moradia digna, um completo sistema de saneamento básico, a organização das ruas e da rede elétrica, escolas e equipamentos de saúde, sempre foram prioridade e objeto da luta, mas a importância de um espaço seguro com o objetivo de receber e potencializar o esporte e a cultura, também foram colocados em foco, se tornando motivo de grande preocupação por sua ausência.


Para Cleide Alves, presidenta da UNAS, a chegada do Parque da Cidadania é de suma importância pois se trata de uma conquista para o território através da mobilização da própria comunidade:


“É tão bom ver esse povo de luta que acredita na sua sobrevivência. Parabenizo os moradores de Heliópolis e todas as organizações que não desistiram dessa luta. São vinte anos sonhando com esse espaço de lazer, esporte e cultura. Isso contribuiu para o fortalecimento desse Bairro Educador, por que quando entendemos que a educação, não é somente a sala de aula, são todas essas articulações como teatro, dança, música, jogos, esportes, capoeira, enfim e também a profissionalização que gera oportunidades para os jovens, pois é isso que o nosso povo quer, formação e oportunidade. Todas essas ações vão ao encontro do nosso sonho, que passa pela ação e luta coletiva. Ao longo de todos esses anos articulamos com governo federal, estadual e municipal, assim como parcerias privadas. O parque precisa ser voltado para comunidade, que seja aberto para população entrar e usufruir. O próximo passo é realmente verificar o orçamento, a gestão dessas atividades e acompanhar para que a comunidade possa fazer a gestão desse importante espaço.”


O Parque

O espaço nomeado como Parque da Cidadania, foi doado pela SABESP e possui 78 mil metros quadrados. Nessa primeira fase, a terraplanagem e a contenção são executadas gratuitamente pela empresa CCR com previsão de entrega ainda neste primeiro semestre de 2022. A obra estima um investimento de 40 milhões de reais e está sendo administrada pelo Fundo Social do Governo Estadual.

O projeto foi criado pelo renomado arquiteto Roberto Loeb. Serão duas quadras de Futebol Society, duas meias quadras de basquete 3x3, uma quadra de vôlei, pista de skate, academia ao ar livre, 8 praças de alongamento, parque infantil, edifícios com salas destinadas para atividades do Programa Fábrica de Cultura e atividades do Programa Escola de Qualificação Profissional, um auditório, espaço para a administração do Parque e Centro Comunitário.


José Marcelo da Silva, presidente da Ação Comunitária Heliópolis, ressalta que o atendimento para população, seja ela infantil, adulta e também para os idosos, é de extrema importância:

“É importante para Heliópolis e sua população ter um parque linear, uma área de esporte, cultura e lazer em Heliópolis, principalmente na área da SABESP que as associações há tanto tempo, vem lutando para que aquele espaço fosse destinado para o lazer e cultura, atendendo nossas crianças, famílias e idosos. Parabenizo o Governo Estatual e demais entidades que estão envolvidas no projeto. Que seja um lugar de boa convivência e que as organizações que lutaram por esse parque, estejam juntas para administrar o parque de maneira coletiva, realizando uma gestão democrática em favor da população e da nossa juventude, criando possibilidades juntos, estando juntos, sem monopólio ou exclusão.”

 


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