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UNAS Heliópolis e Região

Educadora e referência para jovens de Heliópolis, conheça a Tia Marilene

Marilene Rosa Conceição tem 48 anos é educadora da UNAS. Moradora de Heliópolis, maior favela de São Paulo, trabalha há 17 anos em um Centro para Crianças e Adolescentes (CCA). Tia Marilene como é conhecida, é referência para os jovens que moram na região da Pilões.

Ingressou na UNAS como faxineira do CCA e desde então contribui com o processo educativo. “Quando tinha problema com as crianças eu entrava na sala e conversava com elas”. Marilene sempre explicava que trabalhar na limpeza não é desmerecedor e a importância de combater qualquer tipo de preconceito. É no trabalho, em toda forma de trabalho, que se educa.


Depois de cinco anos, Marilene entrou na faculdade de pedagogia e passou a ser educadora em sala de aula do CCA. “Eram crianças difíceis, bem arteiras mesmo, mas fui controlando, conversando. Procuro sempre dialogar com as crianças, numa conversa reflexiva, coloco pra pensar e mostro que o estudo pode trazer coisas boas para a vida”. Depois de três anos, Marilene assumiu o trabalho de coordenação. “Gosto muito do que faço e de estar sempre aqui, pois é uma comunidade extremamente vulnerável”.


A grande maioria das crianças que lá chegam vivem em uma situação difícil, com laços familiares e sociais desestruturados, mas ao passar pelos espaços educativos se transformam e constroem um futuro. “Isso deixa a gente feliz, podemos não salvar o mundo, mas vamos fazer a nossa parte”, resgatando muitas vidas que poderiam ser perdidas.

Ao longo de todos esses anos, Marilene diz que se transformou como pessoa. “Quando se fala em Bairro Educador, estou inserida nisso, pois me educo e vou educando as pessoas. Muitos dos adolescentes e das crianças se espelham em mim. Quando você é um espelho bom para o outro, isso é muito bom, pois está fazendo a diferença na vida de alguém, uma diferença boa. Foi uma trajetória de aprendizagem até hoje”.


O educar, para ela, é transformar. “Com a educação passamos a enxergar outros horizontes. A criança vê que não existe só a comunidade Heliópolis, existe um mundo, outras pessoas, coisas novas que se aprende. A UNAS traz formação, que traz mudança na minha vida, e dessa mudança na minha vida eu mudo outra vida”.


Marilene entende que cada um precisa fazer a diferença. O dia a dia, diz ela, não é nada fácil, pois se enfrenta uma escravidão contínua. “A gente toma chicotada da vida”. Mas isso pode ser transformado. “Temos a UNAS e a comunidade, que precisa se organizar para reforçar o trabalho da instituição, e com isso transformar Heliópolis em Bairro Educador”.

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