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Biblioteca Viva: novo projeto da UNAS amplia o acesso à literatura com vivências culturais

  • Escrito por Isabela do Carmo | Editor Douglas Cavalcante
  • 22 de jun.
  • 4 min de leitura

Atualizado: 26 de jun.

A iniciativa propõe fomentar a cultura e a leitura entre os moradores de Heliópolis, por meio de oficinas, ações comunitárias e debates sobre inclusão social, de forma lúdica e participativa.


É em meio à Rua da Mina, uma das principais vias de Heliópolis, que está localizada a Biblioteca Comunitária da favela. Fundada em 2005, a biblioteca reúne um acervo com mais de 13 mil obras literárias. Agora, o espaço abre as portas para um novo projeto: o Biblioteca Viva, desenvolvido pela UNAS por meio de termo de fomento com a Secretaria da Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, viabilizada com emenda parlamentar da Deputada Estadual Andrea Werner, que acontece entre maio e dezembro de 2025. A iniciativa busca ampliar o papel da biblioteca, tornando-a um espaço que ultrapassa a leitura e se estabelece como um centro de convivência comunitária.


O projeto conta com oficinas de dança para crianças e adolescentes, palestras com autores, leitura coletiva de livros e ações literárias em reuniões dos movimentos sociais de Heliópolis. Há também oficinas de contação de histórias em cinco CEIs (Centros de Educação Infantil) geridos pela UNAS. Além disso, a iniciativa inclui uma vertente de ampliação do alcance da biblioteca, com resenhas literárias e transmissões diárias na Rádio Comunitária de Heliópolis. Trata-se, portanto, de um projeto integrador, que conecta diversos espaços e equipamentos socioculturais da comunidade. 


Jéssica Ferreira, uma das responsáveis pela inserção das resenhas literárias na rádio comunitária, explica que essa ação é uma forma de alcançar o público que não está presente nas redes sociais da UNAS - especialmente moradores da comunidade, em sua maioria mais velhos, que ainda acompanham a programação da rádio. “Fazer esse ‘spoiler’ dos livros é uma maneira de convidar as pessoas e despertar o interesse para que busquem as obras citadas. É uma forma de ir além dos meios modernos de divulgação da organização”, afirma.

Jessica participando da programação da Rádio Comunitária Heliópolis | Foto: Isabela do Carmo
Jessica participando da programação da Rádio Comunitária Heliópolis | Foto: Isabela do Carmo

Impacto no território


Segundo Ângela São José, coordenadora da biblioteca, o projeto tem a estimativa de alcançar aproximadamente mais de 10 mil pessoas em Heliópolis e região, considerando todas as ações previstas. Ela destaca ainda que as atividades são voltadas para públicos de todas as idades.



“É uma biblioteca viva porque vai além do simples empréstimo de livros, ela se conecta com a comunidade. Embora esteja fisicamente localizada em um espaço, seu alcance ultrapassa essas paredes, dialogando com Centros de Educação Infantil, CCAs, escolas, praças e outros equipamentos do território. Trata-se de uma biblioteca em constante movimento, onde novas atividades surgem a partir dessas interações”, diz. 


Para a coordenadora, outra premissa central da Biblioteca Viva é incentivar o hábito da leitura por meio do acervo da biblioteca, fazendo com que o espaço se torne parte do cotidiano dos moradores. Um dos destaques do projeto são as intervenções literárias e as contações de histórias, que darão ênfase a obras relacionadas à cultura negra, indígena e à inclusão social de pessoas com deficiência e neurodivergentes.


Essa proposta está alinhada à Lei nº 11.645, de 10 de março de 2008, que torna obrigatória a inclusão do estudo da história e da cultura afro-brasileira e indígena nos currículos do ensino fundamental e médio em todo o país. A legislação tem como objetivo garantir que a escola reconheça e valorize a diversidade étnica e cultural presente na sociedade brasileira.


Literatura na infância

Contação de História com a equipe da Biblioteca Comunitária de Heliópolis aos bebê do CEI Simone Agnalda | Foto: Cindy Tavares
Contação de História com a equipe da Biblioteca Comunitária de Heliópolis aos bebê do CEI Simone Agnalda | Foto: Cindy Tavares

Em um círculo cercado por bebês e crianças, as contadoras de histórias Lia e Jéssica mergulham em universos imaginários repletos de estímulos sensoriais, sonoros e visuais. Os pequenos ouvintes, atentos a cada palavra, acompanham histórias que abordam temas como diversidade e inclusão - como no livro “Meninas Negras”, de Madu Costa - utilizado nas contações de histórias realizadas nos CEIs.


David da Silva, coordenador pedagógico do CEI Simone Agnalda Ferreira, destaca a importância da atividade: “Eu vejo essa ação de forma muito positiva, porque é uma maneira lúdica de apresentar os livros para bebês e crianças na primeira infância, o que contribui muito para o desenvolvimento delas. Nosso papel é preparar as crianças para a sociedade e para a comunidade - e viver em comunidade é saber lidar com as diferenças. E, nesse mundo mágico da contação de histórias, é possível passar essa mensagem.”


Além disso, ele complementa: “Eu brinco que os educandos vivem no mundo da lua, então precisamos aproveitar esse universo imaginativo.”


David também comenta que a dinâmica da leitura ultrapassa os muros da escola e alcança as famílias, já que a unidade participa do projeto Maleta da Leitura, no qual as crianças levam livros para casa e leem com seus familiares. Segundo ele, a recepção da família foi muito positiva.


“Quando as famílias souberam do projeto, ficaram muito contentes com a novidade. Os pais acharam fantástico, porque viram nisso mais uma oportunidade de vivência para os filhos. É importante reconhecer e valorizar a cultura dentro da unidade.”


 
 
 

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