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Escrito por Wallace França

Semana dos Direitos Humanos da UNAS destaca a luta pela garantia dos direitos em sua plenitude

A UNAS Heliópolis e Região vivenciou a Semana dos Direitos Humanos entre os dias 26 a 30 de agosto, dentro dos diversos projetos e serviços com o principal objetivo de trabalhar na prática e através de propostas pedagógicas, a importância de todos conhecerem os direitos humanos na sua totalidade, buscando terem acesso a eles em sua plenitude, favorecendo a luta por sua efetivação. E esse processo acontece desde muito cedo, dialogando e reforçando esse conhecimento para todas as idades, não apenas durante essa semana, mas sim, durante todo o ano, reforçando o compromisso da UNAS na construção do Bairro Educador que é atravessado também pela garantia de direitos.

A Semana dos Direitos Humanos é celebrada desde 2015, com a intenção de unificar e potencializar as reflexões em todos os projetos, estendendo essa atividade também para os equipamentos públicos educacionais, alcançando grande parte das pessoas que moram nos territórios onde a UNAS atua, contemplando a comunidade em torno das discussões em relação ao direito como recorda José Genário Pereira, um dos idealizadores dessa grande atividade.


“A UNAS nasce com essa demanda pela garantia dos direitos, pelo direito à moradia, aos serviços e equipamentos públicos, então essa origem de convocar a população da comunidade para lutar por essas questões, sempre foi uma prática, discutindo políticas públicas para o território, a violência contra a mulher e as demais questões de gênero, deixando essa marca de debate e de luta por direitos no nosso histórico enquanto organização popular. Tendo isso como foco, precisávamos de algo que pudesse criar unidade entre a UNAS e os demais espaços educacionais potencializando essas discussões. Dessa forma surge a Semana dos Direitos Humanos para trabalhar com atividades culturais, lúdicas e brincantes, envolvendo crianças, adolescentes, adultos e pessoas idosas.”



Nos 17 Centros de Educação Infantil da UNAS, que atendem cerca de 3000 crianças até 4 anos, muitas propostas foram estruturadas e aplicadas, através de uma série de ações pedagógicas com as crianças como a exemplo da CEI Patativa do Assaré e CEI Sítio Caraguatá, que criaram espaços dentro e fora da sala, com temas relacionados ao direito a saúde, educação, esporte, moradia, alimentação e bem-estar.


“Trouxemos para as crianças essa oportunidade de mostrar de maneira lúdica e brincante, todos esses direitos como saúde, esporte, bem estar e moradia, usando da criatividade, dos espaços da CEI e também do território, para realização dessas atividades. São propostas que enchem nossos olhos porque sabemos que essas propostas, por mais simples que seja, é o início de uma conscientização para essas crianças e que com certeza vão levar para vida toda. Estamos plantando esses conceitos para que eles possam colher e lutar por essas garantias de direito. Eu não tive essa oportunidade quando eu era criança e só tive acesso na fase adulta, o que já não será a realidade das nossas crianças” destaca Roseleia Soares da Silva Zanini, coordenadora pedagógica da CEI Patativa do Assaré.



A criatividade e as inúmeras possibilidades criadas por todos os trabalhadores envolvidos é algo que tem sido um grande destaque ao longo desses anos e a cada proposta pedagógica, é perceptível o envolvimento em todos os detalhes e principalmente, a preocupação em vincular os espaços lúdicos ao tema que está sendo trabalhado, incluindo muitos utensílios criados de maneira artesanal. Alguns exemplos são a criação de hospitais e enfermarias muito próximas da realidade, a construção de mini cidades mostrando as diferenças das moradias, a elaboração de mercados e feiras livres, mostrando a importância do direito a alimentação de qualidade.


“Nessa turminha temos a proposta de apresentar os diferentes tipos de moradia, como as comunidades, as casas na área rural, os diferentes tipos de prédios e o processo de verticalização e construir com as crianças e com diversos materiais como caixas de leite, palitos de madeira, outros formatos de moradia, trazendo sempre esse recorte das diferenças das moradias, suas características e também a desigualdade que existe, onde através das rodas de conversa, conseguimos estimular esses temas, fazendo até a referência com as próprias casas das crianças”, destaca Maria Juliana da Silva, professora do CEI Patativa do Assaré.



A partir do planejamento das atividades da Semana dos Direitos Humanos, grandes pesquisas são realizadas para que as temáticas estejam de acordo com a vivência das pessoas que são direcionadas a atividades.


“A escolha por essas temáticas passa pela necessidade deles também, como nesse caso, o acesso a saúde, onde buscamos referências, planejamos e fomos diretamente no posto de saúde para ampliar a criação do nosso mini hospital, facilitando o entendimento e a discussão dá temática de maneira lúdica e através das brincadeiras. Creio que essa experiência será levada para vida toda, não apenas para garantir o direito como também para valorização do atendimento público via SUS e também cobrando sempre por melhorias” relata Eva da Conceição oura, professora do CEI Patativa do Assaré.


“A janela do conhecimento está aberta e é nesse momento, na primeira infância que as crianças adquirem importantes aprendizados e que assimilam para o restante da vida, sendo algo de extrema importância trabalhar temas tão necessários” reforça Lucimara Germano, coordenadora pedagógica da CEI Sítio Caraguatá.



O Centro Dia para Pessoa Idosa Nelson Mandela, também participou das atividades da Semana dos Direitos Humanos onde foram os anfitriões que receberam a visita das crianças do CEI Josefa Júlia que realizaram uma linda apresentação, dialogando com temas do direito à cultura e a cidade. “Trazer as crianças da creche para visitarem as pessoas idosas aqui, promovendo essas relações e também incentivando a interação entre eles por meio da música é a nossa grande proposta para essa semana tão importante, onde sentimos a alegria no olhar e nos abraços das crianças e dos idosos com essa visita” nos explica Michele Alves, gestora do CEI Josefa Júlia



Os CCA’s também tiveram muitas atividades, dando sequência nas ações dentro dos projetos da UNAS, a exemplo do CCA 120 que recebeu duas representantes do Movimento Negro de Heliópolis e Região para uma sensibilização em torno dos direitos humanos a partir do recorte racial. Átila Brito, coordenadora do CCA destaca que a escolha do tema para ser trabalhado na Semana dos Direitos Humanos está em consonância com o planejamento pedagógico.


“Estamos trabalhando com o tema Racismo nesse mês de agosto e convidamos o Movimento Negro para complementar e trazer mais informações relacionados ao tema para fortalecer ainda mais o nosso trabalho, falando sobre o recorte racial e que independente da cor da pele, todos temos direitos e eles foram super parceiros por terem topados. Sou uma mulher negra e essa ação promovida pela UNAS, nos fortalece muito enquanto pessoa e dá cada vez mais força para seguir na luta.”



Suelen Camilo e Eva Lima, integrantes do Movimento Negro de Heliópolis e Região, realizaram uma introdução contextualizando a origem do movimento e destacando às principais pautas discutidas nas plenárias. Logo em seguida, foi proposto uma dinâmica chamada "Passa ou Repassa Antirracista" que possibilitou através de uma atividade brincante, trabalhar temas importantes como destaca Suelen.


“Esse jogo veio para apresentar de maneira lúdica, interativa e divertida, os principais conceitos e elementos em torno da história da luta antirracista pela qual batalha o Movimento Negro e foi muito importante para nós essa grande interação e o retorno dos educadores e principalmente das crianças e adolescentes, que se sentiram muito contemplados com a brincadeira, o que significa que essa atividade pode ser replicada e multiplicada outras vezes a favor dos direitos humanos."


A UNAS Heliópolis e Região, reforça o seu compromisso primário e essencial que é a luta pelos Direitos Humanos, fortalecendo suas bases e seus objetivos em direção desse recorte tão importante na construção do Bairro Educador, que hoje alcança milhares de pessoas beneficiadas pelas Políticas Públicas que foram conquistadas através da incessante luta pelos que já passaram pela UNAS e que motivam e referenciam essa jornada de lutas e conquistas.  

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