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  • UNAS Heliópolis

Foliópolis coloca o bloco na rua e leva alegria e diversão para a garotada

Bloco de rua formado por crianças e adolescentes sai às da comunidade para resgatar a cultura popular do carnaval


Tudo começou em 2004, quando o arquiteto Ruy Ohtake com o projeto “A Cor em Heliópolis” fez uma parceria com a Suvinil para pintar diversas casas na comunidade de Heliópolis, durante o processo viu-se que sobrou diversas latas, daí veio a primeira indagação, o que fazer com essas latas? Assim nasce o coletivo “Lata na Favela", que oferecia oficinas de percussão utilizando das latas vazias. Alguns anos depois, em 2009, uma conversa entre José Genário Pereira de Araújo, um dos diretores da UNAS junto ao percussionista Fernando Alabê e os jovens do coletivo Lata na Favela pensaram em porque não colocar um bloco na rua, com a criançada, envolvendo as escolas e a comunidade, e assim juntando Folia + Heliópolis para então surgir o bloco “Foliópolis”.



Gilmar Pereira Dahora, 37 anos, educador do Centro da Criança e Adolescente Heliópolis, foi um dos fundadores do Foliópolis e declarou que “é preciso popularizar novamente o carnaval, já que em São Paulo ele foi elitizado, mas antes ele sempre foi a população em seus bairros, era uma brincadeira descontraída, a gente traz um bloco de rua próprio com o intuito muito mais de acesso a cultura, de comunhão para brincar, socializar, se divertir e se alegrar mas antes fazemos um trabalho pedagógico da história do carnaval, mostrando essa crítica social para depois ocuparmos a comunidade”.


A cultura de blocos de rua em São Paulo, aliás o Carnaval como um todo, acabou se tornando uma cultura bairrista de classe média, o acesso a esses blocos era muito segmentado, pois nos bairros mais pobres não acontecia com frequência e o acesso para a essa população dependia de transporte. Pensando nisso, o Foliópolis tem como objetivo levar a cultura dos blocos à comunidade, com muita alegria e cores, disseminando a brasilidade que é carnaval, Nicole Silva Oliveira, de 11 anos, atendida do CCA Heliópolis destacou “gosto muito do Foliópolis, de me divertir, aqui a gente socializa, brinca, dança e se diverte”.



Emily Kelly Alves Reis, de 15 anos, participou do Foliópolis desde os seus 06 anos e mesmo hoje não sendo mais atendida do CCA 120 mas ainda mantém o vínculo participando de diversas atividades, contou que “Gosto dessa bagunça que a gente faz aqui, traz alegria para o povo da favela”. Com muitas marchinhas, danças, cores, festa e muitos batuques, as crianças e adolescentes atendidos em nossos projetos saem em cortejo pelas ruas de Heliópolis e das comunidades do entorno levando muita animação para todos os presentes “teve um ano em que as crianças escolheram interpretar um mestre sala e uma porta bandeira, esse ano foi muito especial e produtivo.“ relatou Gilmar ao relembrar outras edições do bloco.



O bloco nasceu em Heliópolis mas com o tempo foi se disseminando para levar a festa para outros lugares como o Boqueirão, Pq. Bristol, Jd Celeste, Jd São Savério, Água Funda e outros pontos onde existem projetos da UNAS. Pensando nisso, as nossas creches também entraram no clima levando muita folia para todos os pequenos, Cristiane Oliveira de Morais, de 27 anos é professora de educação infantil no CEI Mina falou sobre a importância das crianças menores, destacando que “além de ser uma festa muito cultural é um momento de muita diversão pra eles, com muita interação entre as crianças com atividades com música, tinta, tecido, e eles recebem muito bem, adoram uma festa. E hoje temos a Jamaila, uma criança haitiana que não não conhecia o carnaval, quando falamos para os pais dela que ia ter o baile a fantasia ela chegou aqui cheia de pulseiras, colares, anéis, um tule bem grande e uma máscara cheia de brilho, foi muito bom para ela e os pais conhecerem nossa cultura”.



Além de uma grande festa o Foliópolis, preza o pertencimento a cultura brasileira, o direito à cidade com as ocupações das ruas e acima de tudo a educação, o carnaval não é somente uma festa colorida e animada mas sim um momento de troca, afeto e confraternização, trazer isso para as crianças e adolescentes é também ensinar o trabalho em equipe e o respeito ao próximo. Esta ainda é mais uma edição dentre muitas que ainda virão, pensando nisso deixamos aqui um convite para todos, todas e todes que queiram participar, contribuir, colaborar e festejar conosco, essa festa que é um marco na trajetória de nosso país é um direito de todos.

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