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  • UNAS Heliópolis

2ª temporada de Empreendedores de Quebrada narra a trajetória e desafios de negócios na favela


Empreender na favela em grande maioria das vezes surge da necessidade da sobrevivência, sendo uma maneira de complementar a renda existente ou ser a única forma de levar comida para casa. Esse é o cenário de onde surge os negócios periféricos. Para poder contar sobre essas trajetórias, a UNAS criou a websérie Empreendedores de Quebrada, que no mês de maio, mês do trabalhador, narra a história de homens e mulheres que trabalham para sua sobrevivência mas também para mostrar ao mundo que sua cultura vai muito mais além do que é considerado “marginal”, revelando grandes potências que começam aqui, na Maior Favela de São Paulo.


A segunda temporada deste trabalho incrível desenvolvido pela UNAS, revelou grandes expoentes da área de alimentação, moda e beleza. Áreas essas que estão no cotidiano não só de Heliópolis mas também da maioria das favelas do Brasil. Nesta edição tivemos o imenso prazer de contar histórias como a de João Batista, conhecido como o Rei da Tapioca, Hellen Rosa, conhecida pelo seu Estúdio Afro, Gilmara Oliveira dona da Loja Mega Estilo e Marilene dona da Mavi's Hamburgueria.

No primeiro episódio tivemos o prazer de contar a história de João Batista, que tem 36 anos e é morador de Heliópolis, ele que chegou na comunidade após seu pai sofrer um grave acidente, tentou trabalhar em diversos ramos para ajudar a família. Há oito anos ele começou a vender tapioca dentro da Maior Favela de São Paulo, para se destacar nas vendas, ele criou um bordão que hoje é conhecido por toda a comunidade. João é o "Rei da Tapioca" e sustenta sua família através da venda desta goma pelas ruas da comunidade, "Eu acreditei que a tapioca iria dar certo, porque é tipo o pão do paulista", relata João ao lembrar do início da sua trajetória.

Já no segundo Episódio tivemos a emocionante história da Hellen Rosa que tem 31 anos, moradora de Heliópolis desde que nasceu. Mãe solo de duas crianças, encontrou nas tranças sua fonte de renda. Durante a sua segunda gestação após perder seu emprego, olhando vídeos e testando suas técnicas em familiares, começou a ofertar seu trabalho em grupos na internet em troca de roupas para bebê e material de higiene para sua filha. Depois desse período, sentiu-se motivada para continuar, estabelecendo seu negócio no território. Há sete anos empreendendo dentro da Maior Favela de São Paulo, Hellen destaca: "Eu procuro estar sempre dando o meu melhor pra não faltar cliente. Elas sempre voltam. Hoje as tranças são minha única fonte de renda. As tranças tem me ajudado bastante a evoluir como pessoa, como profissional e como mãe. Nós trancitas, mulheres pretas e principalmente mães pretas, temos um papel muito importante na favela, ajudando na autoestima da mulher negra".

No terceiro episódio temos uma aula de empreendedorismo com a Gilmara Oliveira, de 35 anos, que é nascida e criada em Heliópolis. Desde pequena sempre teve o sonho de ter sua loja. "Eu comecei vendendo de porta em porta” relata Gilmara, ao relembrar o início do seu negócio dentro da Maior Favela de São Paulo. Quando montou sua primeira loja física, há 10 anos, ela teve diversos desafios pela frente, mas com muita perseverança e determinação criou a rede Mega Estilo, que hoje conta com 3 lojas físicas, ofertando um conceito até então diferente do que havia na comunidade. “Eu queria trazer blazer, t-shirt, coisas que eram raro ver aqui. Eu não queria vender nada que fosse relacionada somente ao corpo, e sim a valorização da mulher, a mulher usava meu produto independente do perfil dela, se ela fosse magra, se ela fosse gorda, se fosse mais velha ou mais nova. Eu não queria só vender uma roupa, eu queria vender uma proposta ", ressaltou ela.


Já no quarto episódio ouvimos a Marilene Conceição, de 52 anos, moradora de Heliópolis e referência na Pilões, onde durante 20 anos atuou como Educadora Social até que resolveu montar seu próprio negócio, "Um amigo me chamou para abrir uma hamburgueria e eu falei não entendo nada de hambúrguer só de crianças mas ele falou eu te ensino. Fui aprendendo junto com meu marido que estava desempregado. Alugamos um ponto e não tínhamos quase nada." A partir do desafio aceito, Marilene conciliou o trabalho como Educadora e Empreendedora por quatro anos até se dedicar somente a hamburgueria Mavi's. "Persistência, perseverança, determinação em tudo que for fazer. Essa é a dica que eu deixo para quem quer abrir o seu negócio. Não é fácil, mas sou uma mulher preta, baixa renda, mas isso não me derruba, pelo contrário, reconheço o que sou para que as pessoas possam me reconhecer também ", detalhou ela ao contar os desafios de montar seu próprio negócio.

Mesmo os desafios sendo grandes, os empreendedores dessa temporada mostraram que não desistir é o caminho, se você quer ser um empreendedor de quebrada não desista, estude bastante sobre o seu produto e divulgue, corra atrás dos seus clientes, dedicar-se naquilo que você acredita, esse é o diferencial.


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