- UNAS Heliópolis
Dor e angustia são os sentimentos da população em meio ao aumento da violência na pandemia
A pandemia da covid-19 gerou uma grande crise social, econômica e de saúde na sociedade, mas algo pouco debatido é o aumento da violência neste período. Para melhor entender essa situação batemos um papo com pessoas que estão atuando para minimizar esse sofrimento.
“Dor e angustia pelo difícil cenário, e também pelo agravamento das tensões dentro de casa, quando, ainda convivem com o marido ou companheiro que as agride e abusa psicologicamente, por 24 horas”. Esse é a realidade relatada por Patricia Brasil gestora do Centro de Defesa e Convivência da Mulher – Sonia Maria Batista, projeto que atua para o fortalecimento da mulher e a superação da situação de violência com atendimento social, psicológico e jurídico. Para Patricia o isolamento social não representa que a mulher está sozinha “Entendemos que estarmos fisicamente separadas, não significa que estamos distantes. Nossa principal tarefa, é estarmos presente no dia a dia de cada mulher, seja com nossas oficinas online, nas ligações de acompanhamento ou simplesmente deixando nosso número disponível para uma conversa, naqueles momentos que está difícil seguir sozinha“.
A pandemia não é a causa da violência mas, sem dúvidas, tem contribuído para seu agravamento. Mariana Maria Conselheira Tutelar do Sacomã diz: “Infelizmente, a casa não é um lugar seguro para todos, pois a criança precisa compartilhar esse espaço com a pessoa que os abusa. Nossa demanda aumentou neste período e apesar de um decreto dar a possibilidade de trabalhar home office, entendemos que nesses casos a urgência de nosso trabalho poderia salvar a vida de crianças e adolescentes sofrendo violência”.
Na perspectiva da equipe técnica do Centro de Cidadania LGBTI Edson Néris, a violência contra a população LGBTQI+ guarda relação com vulnerabilidades estruturais que já atingiam a população LGBTQI+ antes do período pandêmico, e foram acentuadas pelo desemprego, fome, falta de acesso regular à saúde, além do sofrimento psicológico e a violência social e intrafamiliar.
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