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Educação ambiental e cultural conecta crianças do Sul e Sudeste do país

  • Escrito por Isabela do Carmo | Editor Douglas Cavalcante
  • há 3 dias
  • 4 min de leitura

Atualizado: há 2 dias

Crianças do CEI Frei Sergio Calixto Val Verde, de São Paulo, e do EMEI Negrinho do Pastoreio, do Rio Grande do Sul, trocaram presentes feitos a partir de materiais coletados na natureza


Uma das etapas mais significativas na formação das crianças é a integração entre escola, família e comunidade. Com base nessa proposta, o CEI Frei Sergio Calixto Val Verde, localizado no bairro Jardim São Savério, em São Paulo, promoveu uma atividade de intercâmbio cultural com o EMEI Negrinho do Pastoreio, da cidade de Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, por meio da ação “Caixas da Natureza”, idealizada pelo programa Ser Criança é Natural.


A iniciativa envolveu crianças de dois a três anos na criação de presentes confeccionados com elementos naturais, como chaveiros de gravetos, mandalas feitas com caixas de ovos e ilustrações usando folhas secas. Os itens foram trocados entre as escolas por meio dos Correios, que enviaram as “Caixas da Natureza” no início do mês.


Para tornar a experiência ainda mais rica, os alunos do CEI, sob gestão da UNAS, visitaram um Centro de Distribuição dos Correios no bairro da Saúde, zona sul da capital paulista. Lá, puderam acompanhar de perto como funciona o processamento e envio das encomendas, vivência que reforçou o valor da colaboração entre as instituições.



A coordenadora pedagógica Simone Celestino, de 55 anos, conta que, após a inscrição na ação, a escola foi conectada a EMEI gaúcha, iniciando a troca entre as equipes pedagógicas. As crianças também puderam conhecer o cotidiano da outra escola por meio de fotos e vídeos. “Compartilhamos nossas experiências, mostramos como as crianças produziram os presentes. Foi uma verdadeira imersão”, relata.


Simone destaca ainda o impacto positivo do contato com a natureza. “Muitas crianças vivem em casas e não têm acesso a espaços abertos. Esse projeto permite que elas toquem o chão, manuseiem materiais naturais e brinquem com a terra. Isso é fundamental para o desenvolvimento”, afirma.


Segundo ela, a atividade está alinhada à proposta político pedagógica do CEI, que valoriza práticas sustentáveis. “A 'Caixa da Natureza' é uma forma lúdica de abordar a consciência socioambiental desde cedo. Ensina as crianças sobre o meio ambiente, a importância de preservá-lo e o reaproveitamento de materiais que seriam descartados.”

A professora Alcina Cavalcante, 46 anos, lembra que, no início, os alunos ficaram confusos, mas logo se entusiasmaram ao saber que suas criações seriam enviadas para uma escola na outra ponta do Brasil. “Eles participaram de todo o processo. Recolheram materiais com ajuda das famílias e ficaram animados com a ideia da troca. Quando chegamos aos Correios, disseram: ‘Olha só, a nossa caixa vai viajar’. Foi emocionante ver essa empolgação”, conclui.


Para Simone Aparecida dos Reis, 46 anos, professora do EMEI Negrinho do Pastoreio, no Rio Grande do Sul, o projeto foi de grande importância para a escola, pois proporcionou a oportunidade de abordar, com as crianças, a ideia de troca cultural com colegas de outras localidades. “Pudemos trabalhar a identificação de elementos que representassem a nossa escola, cidade e estado. Embora o conceito de outras cidades e estados ainda seja abstrato para crianças de dois anos, utilizamos recursos visuais, como figuras e imagens, para facilitar a compreensão e estimular o interesse. Assim, conseguimos iniciar um trabalho significativo sobre pertencimento e identidade desde a primeira infância”, diz. 


Reis conta que os alunos gaúchos produziram e enviaram itens que representam a cultura e a natureza do Rio Grande do Sul, como sagu perfumado, pinhão, erva-mate, urucum, macramê, pincel natural e sementes de timbaúva.


“As crianças demonstraram grande interesse e curiosidade ao participar do projeto de intercâmbio com os colegas de São Paulo. Apesar da pouca idade, mostraram-se engajados nas atividades propostas, especialmente ao explorar imagens, objetos e símbolos que representavam o nosso contexto local. A troca de materiais e informações despertou neles o sentimento de pertencimento e ampliou seu olhar para além do ambiente escolar, promovendo uma vivência rica em descobertas e aprendizados significativos.”



A ação imersiva reforça o conceito de Bairro Educador, promovido pela UNAS, ao criar conexões entre duas instituições de ensino de diferentes estados. Ao superar as barreiras geográficas, possibilitou que educandos de São Paulo e do Rio Grande do Sul aprendessem uns com os outros, trocando experiências e ampliando horizontes.


Visita aos Correios 

Núbia Toledo, 43 anos, supervisora de atendimento das unidades dos Correios, conta que a ideia de promover visitas escolares ao Centro de Distribuição (CD) do bairro Saúde, na zona sul de São Paulo, surgiu em 2024, durante um momento familiar. Ao ajudar sua filha Giovana Toledo, de 12 anos, com uma atividade de Língua Portuguesa que envolvia o envio de uma carta, percebeu que, muitas vezes, eram os pais - e não os próprios alunos - que realizavam esse tipo de tarefa.


A partir dessa observação, e unindo seu papel de mãe ao de funcionária da empresa, Núbia decidiu criar um projeto que aproximasse as escolas do cotidiano dos Correios. Assim nasceu a iniciativa de abrir as portas da unidade para que alunos da região pudessem conhecer de perto tanto a agência de envio quanto a parte operacional do Centro de Distribuição.


Foi também em 2024 que Núbia conheceu Celestino, coordenadora pedagógica do CEI Frei Sergio Calixto Val Verde, durante uma atividade anterior envolvendo o envio de cartas. A parceria entre as duas se consolidou com a participação do CEI na ação “Caixas da Natureza”, promovida pelo programa Ser Criança é Natural.


Juntas, Núbia e Celestino decidiram expandir o projeto com uma terceira etapa: a visita aos Correios. A proposta incluiu não apenas o envio das “Caixas da Natureza” produzidas pelas crianças paulistas, mas também a recepção do material vindo do Rio Grande do Sul  - com direito à entrega especial no CEI feita por um carteiro.


“Enviamos a caixa de São Paulo e também recebemos a caixa do Rio Grande do Sul. A entrega no CEI foi feita com a presença do carteiro, simbolizando o encerramento do projeto. Essas ações são importantes porque, quando uma escola participa, outras acabam se inspirando e vindo também”, afirma Núbia.

 
 
 

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