VII Seminário Heliópolis Bairro Educador
VII SEMINÁRIO Heliópolis, Bairro Educador
A educação na luta por direitos: Como resistir?
Dias 28 e 29 de Setembro de 2017
Heliópolis vem desenvolvendo uma trajetória exemplar de organização social, na qual a mobilização promovida pelas organizações comunitárias locais se junta aos projetos de intervenção urbana, cultural e educacional do poder público. Foi dessa forma que transitou de uma condição urbana que a caracterizava como favela, e cujos esforços principais se dirigiam às demandas por habitação, regularização de terras e serviços sociais básicos, a uma distinta condição que consistiu na construção de um “Bairro Educador”.
Nesse processo de conquistas, Heliópolis foi constituindo novas referências simbólicas e práticas de atuação comunitária, gerando inovadoras formas de ação e relacionamentos políticos, inéditas propostas de reforma urbana e uma visão mais integrada, positiva e dignificadora das dimensões pedagógicas da cultura e da educação.
Nos últimos dois anos, o Brasil vem enfrentando um duro retrocesso político que tem como consequência a perda de direitos, o esvaziamento dos espaços de participação e a descrença no papel do Estado. Nessa conjuntura, qual o papel da educação? É nesta perspectiva que o VII Seminário Heliópolis, Bairro Educador vem sendo construído não só como um espaço de reflexão, mas especialmente como um espaço de resistência e democracia.
Acreditamos que a transformação de Heliópolis e região em um Bairro Educador exige a criação de práticas educativas centradas na valorização do ser humano, bem como na vivência e disseminação de novos valores que tragam a possibilidade real de construção de uma sociedade mais justa, igualitária e humana.

Inscrições para VI Seminário Heliópolis Bairro Educador
Clique AQUI e realize sua inscrição:
Mesa de Abertura - Quinta-feira (28/09) às 19:30hs - Estrada das Lágrimas, nº 2385 - CEU Heliópolis
Mesas de debates e Oficinas - Sexta-feira (29/09) das 09hs às 17hs - Estrada das Lágrimas, nº 2385
PROGRAMAÇÃO COMPLETA
MESA 1: Educação em tempos de golpe: a conjuntura política no Brasil e na América Latina
No início dos anos 2000, a América Latina viveu uma marola progressista que resultou na ascensão de uma série de partidos mais à esquerda ao governo de diferentes países, como a Argentina, o Uruguai, o Equador, o Brasil e Venezuela, onde atualmente observa-se uma potencial intervenção militar comandada pelos EUA por meio de sua agência de inteligência, CIA. Nesse contexto, em consonância com as pautas dos movimentos sociais, foi possível realizar verdadeiros avanços no que se refere à distribuição de renda e à promoção de direitos.
No entanto, apesar desses avanços, vivemos agora, novamente, uma reversão do Estado Democrático de Direito em vários países da América Latina, especialmente no Brasil. Em uma conjuntura de cerceamento de direitos e liberdades, como realizar uma educação popular de fato emancipadora? De que forma educadores e educadoras podem se aliar aos movimentos sociais na luta pela manutenção do estado democrático de direito?
Debatedores:
Elifas de Paula - Professor de história da Rede Pública Municipal, educador pelo Núcleo de Educação 13 de maio.
João Bosco – Marceneiro, liderança comunitária e diretor da UNAS.
Mediação: Antônia Cleide Alves – Presidente da UNAS
LOCAL: Auditório da Biblioteca do CEU Heliópolis
MESA 2: Os direitos das mulheres e a educação: como resistir ao contexto atual?
Em Heliópolis, as mulheres sempre foram protagonistas das lutas sociais. Assim como em toda parte, o movimento feminista foi responsável por criar reivindicações relacionadas também aos direitos das crianças e adolescentes. Exemplos nesse sentido não faltam na história e um deles é o Movimento das Mães Crecheiras. Por conta dessa luta, muitos direitos foram consolidados e, cada vez mais, toda a sociedade vem se tornando responsável, junto com as mães, pela vida da cada criança e adolescente. Nesse sentido, lutar pelos direitos das mulheres é lutar pelos direitos humanos de forma geral.
Em uma conjuntura de perda de direitos em todas as áreas, especialmente nas áreas sociais e trabalhistas, mulheres, crianças e adolescentes, por já serem grupos vulneráveis, são os primeiros a ser atingidos, o que coloca em risco não somente esses grupos mas, de fato, todo o futuro do país. Assim, como famílias e equipamentos educativos e sociais podem se organizar para barrar este retrocesso? De que forma as instituições podem colaborar na resistência feminista aos duros golpes que sofrem os direitos humanos no Brasil?
Debatedoras:
Sara Siqueira - militante da Marcha Mundial das Mulheres
Lídia Tavares - diretora da UNAS e Coordenadora do Grupo de Mulheres da UNAS.
Mediação:
Luciana Agda das Graças - diretora da UNAS e Coordenadora do Grupo de Mulheres da UNAS.
LOCAL: EMEF Pres. Campos Salles
MESA 3 - A Juventude da Quebrada: qual a percepção da juventude periférica sobre o cenário político atual?
Diversas pesquisas têm se debruçado sobre o tema da percepção política da juventude tentando entender como os jovens têm pensado e construído suas posições em relação à política e aos direitos humanos. Se por um lado, acompanhamos o protagonismo dos jovens nas ocupações e na organização dos Secundaristas em luta, os quais se opõe ao modelo educacional atual e, consequentemente, repensam a gestão das escolas estaduais; por outro lado, vemos certa adesão da juventude a discursos conservadores, tais como o da Escola Sem Partido. Como entender esses movimentos? Como a juventude tem pensado essas questões? Como tem se posicionado? Qual o papel da juventude nas transformações sociais? Quais as formas de organização, ocupação e resistência da juventude?
Debatedores:
Ygor Silva Santos - morador de Heliópolis, estudante de Analise e Desenvolvimento de Sistemas. Militante do Levante Popular da Juventude desde Julho de 2016, atua na frente territorial, contribuindo para organização da juventude nas periferias de São Paulo. Também faz parte dos setores de diversidade sexual e de gênero e do setor de negros e negras.
Nínive Loriani - Liderança comunitária, membro da Juventude do PT do DZ-Ipiranga e diretora da UNAs.
Mediação:
Bruno Correia Milani - membro do Fórum da Juventude da UNAS e educador social.
Régis Foge Jacintho - membro do Fórum da Juventude da UNAS.
LOCAL: Auditório da ETEC